30 dias da tentativa de golpe! – Natuza Neri

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Usando documentos em sala de aula.

Uma alternativa legal para trabalhar em uma sala de aula é usar documentos de época para servir de base das atividades.

Temos aqui nesse documento sobre o declínio da mineração e dá como explicação a falta de técnicas maisbquebo esgotamento dos veios.

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Diferencie a ordem bipolar e a ordem multipolar (2)?

 

Quando se comparam essas designações elas nos remetem a uma condição geopolítica e estratégica pautadas pela existência de diferentes polos de poder internacional.

Mas podemos discernir que existiram dois sistemas multipolares separados por um bipolar, ainda que o atual sistema multipolar seja distinto do anterior.

Convenciona-se tratar o sistema internacional que existiu até a 1ª Grande Guerra (1914-1918) como um de natureza multipolar pois reunia diferentes potências com expressão internacional tais como: Inglaterra, França, Alemanha e Rússia (na Europa), os Estados Unidos (na América) e o Japão (na Ásia).  A este sistema somavam-se potências de menor expressão ou claramente decadentes, mas não necessariamente descartáveis: Itália, Áustria ou o império Turco Otomano.

Após a 1ª Grande Guerra o desaparecimento de 4 impérios pela derrota militar ou colapso político e social, removeu do cenário internacional a sombra dos interesses alemães, austríacos, turcos e russos.  Em contrapartida, o isolacionismo dos Estados Unidos, o declínio relativo da França e da Inglaterra e o crescimento do poder do império japonês no extremo oriente, embaralhou o jogo internacional.

Com a 2ª Guerra Mundial (1939-45) o sistema internacional foi redefinido para uma nova realidade dominada pela emergência de não novas potências, e sim de DUAS superpotências, o que o definia agora como um sistema bipolar.

Mesmo considerando que pelo menos até 1949 o monopólio nuclear e a imensa dianteira econômica e estratégica dos EUA deixassem na prática aquele país como a ÚNICA superpotência de fato, o tamanho dos recursos, território, população e forças armadas conferiam lugar de destaque para a URSS.  Embora a posse de bombardeiros e bases aéreas permitissem atacar a União Soviética sem retaliação ao seu território, e uma imensa e bem treinada frota de guerra norte-americana fosse capaz de executar desembarques anfíbios em praticamente qualquer parte do litoral soviético, a exaustão da Grande Guerra, o desejo de paz da opinião pública dos EUA e do mundo em geral, aliado ao limitado arsenal nuclear então disponível, deram oportunidade para que Stálin e seus sucessores fossem progressivamente “virando o jogo”.  Ademais, quando em 1949 os soviéticos detonaram seu primeiro artefato nuclear e a China se tornou comunista, ao rompimento do monopólio nuclear agregou-se uma imensa extensão de recursos materiais e humanos ao bloco comunista.

Vivia-se então sob a égide da Guerra Fria onde nenhuma das superpotências tinha uma vantagem clara para iniciar, manter ou vencer uma guerra com a rival – ainda que isso fosse muito mais conveniente desta forma e “congelar” suas respectivas zonas de influência e liderança.

Essa situação de impasse perdurou até 1991 quando a URSS formalmente entrou em colapso despedaçada por uma convergência de crise política, econômica, institucional e ideológica.

Daquela crise terminal emergiu a posição então hegemônica dos Estados Unidos, e que um intelectual chamado Francis Fukuyama denominou de “Fim da História”: a vitória do capitalismo, da democracia liberal e dos interesses ocidentais sobre o comunismo soviético e que se estenderia, em breve, à China.  Nesse contexto o sistema internacional de poder podia então ser definido como um sistema unipolar, de onde os norte-americanos contemplavam o mundo sem competidores.

Esse ponto de vista conveniente pode ser definido como ideológico ao se propor um mundo dominado pelos interesses dos Estados Unidos e de onde surgiram expressões como hiperpotência para designar essa supremacia unipolar.

Hoje esse quadro de supremacia foi já objeto de crítica e adequado a uma realidade onde os Estados Unidos atolaram-se em duas guerras simultâneas no Afeganistão e Iraque (sem uma vitória aparente e conclusiva), todo o Oriente Médio permaneceu complexo como um xadrez tridimensional, a China emergiu como um sucessor para rivalizar com os Estados Unidos embora ainda distante daquilo que representou a URSS, a União Europeia e a economia internacional foram afetadas por uma profunda crise econômica e diferentes alinhamentos geo-estratégicos foram compostos.

Assim, hoje em dia, podemos nos referir a uma nova ordem multipolar; distinta, porém, daquela pré-1945.

Naquela, diferentes interesses das potências internacionais iam compondo-se para ajeitar os interesses conflitantes e nenhuma delas possuía uma vantagem inequívoca sobre as demais.  No período 1945-91, o controle dos maiores arsenais nucleares pelos Estados Unidos e pela união Soviética, deram a estes países a condição de superpotências e redefiniu o cenário internacional em torno dos interesses bipolares de Washington e Moscou.

Mas hoje o novo sistema multipolar compreende uma complexa teia de elementos, já que não há de fato uma hegemonia incontestável em nenhum dos polos de poder.  Outrossim, se outrora a percepção de poder estava relacionada ao poder militar e a capacidade de se impor aos rivais, hoje a noção de poder é mais diversificada.

Os EUA preservam ainda hoje uma liderança econômica e militar invejável, mas a China, devido ao seu crescimento econômico significativo desde o final dos anos 70, tem consolidado uma posição econômica e política – mais que militar – na Ásia em especial, mas no mundo em geral, capaz de interferir nos desígnios dos EUA.  Se as forças armadas chinesas ainda não são páreo para vencer os Estados unidos, os ambiciosos programas de modernização e expansão dos seus meios militares foram capazes de impor aos norte-americanos um realinhamento de suas políticas militares para se contrapor ao crescimento das ambições chinesas no Oriente, tanto para proteger seus interesses como escorar e manter aliados no Pacífico (Coreia do Sul, Austrália, Japão, etc).

A Rússia de hoje vêm recuperando espaço à reboque de seu crescimento econômico.  Isso, aliado ao imenso território, potencial de recursos naturais e grande população, ajudam a conferir um status relevante aquele que detém, ainda hoje, o 2º maior arsenal nuclear do planeta.

A União Europeia ocupou um certo “espaço ao sol” em virtude de sua capacidade econômica.  Ostentando a condição de um dos maiores blocos econômicos do mundo, sua economia e padrão de vida davam a UE uma posição de destaque.  Mas a falta de capacidade de agir de forma coordenada, a posse de forças militares muito inferiores em recursos e tamanho às capacidades militares dos EUA e da Rússia na Europa, e de outras forças alhures, somadas à crise econômica internacional e as recentes fragilidades na Zona do Euro, contribuem para limitar sua importância:  Gigante econômico, mas um anão político.

E diante deste mundo em transformação a formação de variados blocos de interesses mascaram em suas convergências, suas diferenças.  Entidades como o G-20, os chamados BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) representam novas formas de agir no cenário internacional de modo a incluir interesses de potências emergentes diante dos das Grandes Potências atuais.

Mas se representam novos blocos de poder, ainda carecem de uma dificuldade fundamental: os diferentes interesses nacionais que muitas vezes são tão significativos como conflitantes.

Como podemos diferenciar os caudilhos dos coronéis?

O historiador José Murilo de Carvalho faz esta diferenciação em um texto denominado Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo – Uma Discussão Conceitual.

Lá ele enumera três componentes nesta discussão.

  1. O Caudilho é aquele que alcança o poder por um misto de carisma e força, e que se sobrepõe ao aparelho institucional do Estado;
  2. Por Coronel ele entende ser o indivíduo que usa o poder privado de forma a submeter outros, especialmente dependentes das terras do proprietário rural;
  3. Finalmente, por Cacique entende ele ser o indivíduo que manipulando a distribuição de favores alcança então o poder pela via do clientelismo.

O que é a Amazônia Azul?

A Amazônia Azul engloba um litoral de 8.500 km, com cerca de 40 portos, e dimensões da ordem de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, além de uma extensa malha hidroviária, com 40.000 km de rios navegáveis, dos quais 20.000 km na Bacia Amazônica; bem como uma imensa área de busca e salvamento marítimo, que corresponde a uma vez e meia o nosso território.

Só na Bacia de Campos são cem mil Km², onde a Petrobras tem hoje 40 unidades de produção de petróleo, operando 546 poços, com uma produção média diária de 1 milhão 265 mil barris. Essas 40 unidades se dividem basicamente em três tipos de sistemas definitivos de produção: as plataformas fixas, as semi-submersíveis e os navios adaptados FPSO (da sigla em inglês para Floating, Production, Storage and Offloading, ou Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Escoamento).

No total temos cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados – equivalente à metade do território brasileiro, tão grande quanto a Europa Ocidental.  Ali reside um tesouro – na indústria da energia são 15,3 bilhões de barris de petróleo, 133 plataformas (86 fixas, 47 flutuantes) de processamento da Petrobrás, patrimônio decorrente de investimentos da ordem de US$ 224 bilhões, de 2010 até 2015.

Mais ainda: são desenvolvidas pesquisas sobre a biodiversidade exótica encontrada nas fontes hidrotermais localizadas nas zonas de encontro das placas tectônicas. As características apuradas permitem garantir em escala bilionária o aproveitamento na indústria farmacêutica e de cosméticos. O oceano, na abrangência controlada pelo Brasil, abriga, ainda, 80 reservas de 100 materiais estratégicos. Mapeadas, não prospectadas.

Você acha que o acordo comercial entre Brasil e China é COLONIAL?

Isso é relativo, pois importamos também produtos mais sofisticados e exportamos também mercadorias na mesma categoria – como aviões.
De qualquer forma, isso só é “aparentemene” colonial pois estas relações envolvem dois países independentes e que possuem liberdade de acesso a outros mercados e cujas relações podem ser redefinidas a qualquer tempo por seus governos

Sobre a Constituição de 1824

Não, só os que possuíam renda igual ou superior a 100 mil réis. Era uma constituição censitária que excluía: mulheres, menores, escravos, pobres, membros de irmandades religiosas, militares de tropa ou de baixa patent, etc.
Como se vê, a minoria é que era efetuvamente votante, pois mesmo os que tinham 100 mil réis de renda anual só podiam votar nos mais ricos, mas não podiam ser eleitos!

O que foi a Revolta da Armada?

Por Revolta da Armada se entende um movimento de contestação ao governo de Floriano Peixoto, e ocorrida em 1893.

Liderada pelo almirante Custódio de Melo, e nucleada no couraçado Aquidabã, a revolta se estendeu a outros 16 navios de guerra – que incluíam de velhos navios de roda do tempo da Guerra do Paraguai, cruzadores, torpedeiros, navios de madeira e outros blindados – e outros 18 mercantes e rebocadores.

Entre os navios militares, alguns só podiam mover-se com o auxílio dos rebocadores, sendo pouco mais que sucatas.  A melhor embarcação, o couraçado Riachuelo, fora enviada para a Europa a pretexto de reparos por Floriano, senão inteirado, pelo menos com suspeita do que vinha sendo tramado na frota.

As fortalezas costeiras, que se mantiveram fiéis ao governo federal, no entanto, também não eram menos incapazes de uma decisão, faltando-lhes de armas a munições e sobrando improviso e imprevidência.

Ao invés de forçar a saída da Baía de Guanabara, rumo a Santos e eventualmente visando ocupar São Paulo para ali instalar uma sede revolucionária, Custódio deixou-se imobilizar no Rio de Janeiro enquanto aguardava o apoio armado de outros pontos do território nacional.  Tais auxílios, por sinal, nunca vieram.

Por outro lado, após o anúncio oficial do motim, formam-se batalhões patrióticos em apoio a Floriano, que se esforça para reforçar Niterói e impedir um desembarque dos rebeldes, além de artilhar morros em volta da baía.

Paralelamente, as forças navais de diversos países (Itália, Inglaterra, França, Portugal e EUA) solicitam autorização para desembarcar tropas na cidade e proteger seus concidadãos, o que leva Floriano a agir informando-as que, se insistissem em desembarcar homens armados, os mesmos seriam recebidos a tiros. 

Por sinal, após a revolta, era comum ver-se pessoas nas ruas ostentando um broche com a inscrição à Bala.

Enclausurados no interior da Baía de Guanabara e sem apoio em terra, próximo ou distante, a revolta quedou-se num duelo diário e indeciso entre os navios e a artilharia costeira, num impasse que beirava a monotonia.

Em novembro o couraçado Javari foi destruído, assim como o depósito de pólvora da Ilha do Governador, além de se frustrarem novos desembarques em Niterói.  No mês seguinte as forças federais assumem a Ilha do Governador, Mocanguê e a localidade de Magé, que servia como ponto de abastecimento dos revoltosos. 

Parte dos navios já havia seguido para o sul, para juntar-se aos rebeldes federalistas rio-grandenses – também amotinados contra o governo – e assim a própria frota rebelada enfraqueceu-se pela divisão de efetivos entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande.

No início de fevereiro de 1894 houve uma bem sucedida invasão de Niterói pelos rebeldes, sendo estes, porém, detidos antes de chegar ao centro da cidade.  Mas eram os atos finais da revolta.

Em 13 de março, com a entrada na Baía de Guanabara de uma força naval legalista – reunida heterogeneamente pelo governo – e com o franco apoio das forças navais dos EUA (a esta altura quase absolutas entre as unidades estrangeiras), os rebelados remanescentes se renderam.

A revolta prosseguiria ainda por algum tempo, mas agora seu teatro de operações seria exclusivamente o sul.

*História da República – José maria Bello, Cia. editora Nacional, 1983.

Quais as causas da Guerra do Paraguai?

 

 

O conflito esteve associado ao processo de consolidação dos respectivos Estados Nacionais dos quatro envolvidos diretos: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

  1. Oriundo do antigo Vice-reino do Rio da Prata, o Paraguai temia as ambições argentinas em torno de uma eventual reanexação, e assim, para os paraguaios era importante que a Argentina ficasse enfraquecida por seus problemas internos.  Também temia as ambições brasileiras, com quem tinha um litígio de fronteira e que dependia de um Uruguai autônomo para que eles pudessem continuar exportando e importando.  Se o Uruguai fosse anexado de fato, ou de forma sub-repitícia, por brasileiros ou argentinos, o comércio exterior paraguaio correria riscos;
  2. Para a Argentina era fudamental que as províncias menos submissas às autoridades portenhas (Buenos Aires), como Corrientes e Entrerios, fossem neutralizadas pela imposição de um governo central àquelas províncias e que seu comércio fosse desviado em proveito de Buenos Aires.  Sob a liderança de Urquiza, e com o apoio do Paraguai, estas resistiam ao projeto centralizador de Bartolomeu Mitre. E a Argentina, tal qual o Brasil, também tinha um conflito fronteiriço com o Paraguai;
  3. Para o Brasil, além da disputa de fronteira com o Paraguai, tinha como mais importante a garantia de acesso fluvial até a província de Mato Grosso, o que por terra demandava uma viagem de cerca de seis meses à partir de São Paulo.  O isolamento desta província ameaçava a integridade territorial do Império e era portanto de fundamental importância que nada obstaculizasse a ligação Rio de Janeiro-Campo Grande.  Em relação ao Uruguai, a política imperial era no sentido de preservar os interesses políticos e econômicos  dos estancieiros gaúchos no país e manter os argentinos e paraguaios fora de Montevidéu;  ERRATA: onde se lê Rio de Janeiro-Campo Grande leia-se Rio de Janeiro-Cuiabá (conforme observação feita a este post / 24/07/2010 22:41h)
  4. Finalmente, para o próprio Uruguai era fundamental manter o equilíbrio de poder entre Paraguai, Argentina e Brasil, de tal forma que a autonomia uruguaia fosse preservada.  Se os três Estados mutuamente se anulassem, a independência uruguaia poderia ser mantida diante das ambições mutuamente excludentes de paraguaios, brasileiros e argentinos.

Solano Lopez ao calcular que possuindo o maior exército poderia iniciar uma ofensiva contra o Brasil e a Argentina e colocá-los diante de um fato consumado, incorreu numa série de equívicos:  ao invés de contar com o apoio de Urquiza, este preferiu associar-se com Buenos Aires e evitar uma “traição” nacional e eventualmente um bloqueio da esquadra imperial – o que traria prejuízos políticos e econômicos; contando com uma grande superioridade numérica em tropas, os planos paraguaios eram no sentido de uma invasão territorial em Mato Grosso e no RS, sendo que este, após ser dominado, serviria de ponto de partida para a invasão sobre o Uruguai e as tropas brasileiras ocupantes no país.  Como a coluna invasora acabou cercada em Uruguaiana e rendeu-se (como ocorreria com as tropas que invadiram a Argentina), as tropas paraguaias foram enfraquecidas; e finalmente, a própria constituição de uma aliança entre Rio de Janeiro-Montevidéu-Buenos Aires terminou por produzir justamente o que se ueria evitar em Assunção: um isolamento político, militar, econômico e territorial.